13 fevereiro 2012

Se por um acaso...

Estava lendo o texto "A História, cativa da Memória?: para um mapeamento da memória no campo das ciências sociais" de Ulpiano Meneses e publicada na Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 34, p. 9-24, 1992. E algumas considerações do autor - principalmente na parte final do texto - me fizeram lembrar do filme "Uma vida iluminada" (Everything Is Illuminated, 2003).


O filme narra a história de um jovem americano que vai à Ucrânia em busca do passado de seu avô e em seu trajeto vai descobrindo pistas, sinais, vestígios, como bem nos fala Ginzburg, dessa história, até se deparar com uma caixa chamada "Se por um acaso...". Não vou entrar nos detalhes do filme porque ele é muito bom e não merece spoiler, mas, sim, ser visto.

No texto do Ulpiano questiona até quando, especialmente no Brasil, iremos depender do acaso para recuperarmos a nossa memória e história. Porque as grandes descobertas históricas brasileiras de hoje evidenciam a falta de comprometimento com a memória e com a história, assim, vários itens raros e históricos são achados em sacos de lixo (Documentos históricos deixados em sacos de lixo são restaurados em SP) ou em cima de privadas, como cita Ulpiano...

Na verdade sou um defensor do acaso, acho que ele é a melhor parte do pesquisar, afinal ele pode mudar rumos, resolver problemas ou, apenas, ser curioso. Porém, esse acaso ao qual me refiro é muito bem vindo em instituições de cultura e pesquisa - como já mencionei, o acaso me ajudou muito no meu Trabalho de Conclusão de Curso e, de certa forma, tem ajudado no levantamento bibliográfico da futura Dissertação.

Já na parte de preservação e conservação não podemos esperar pelo acaso para que parte da nossa história seja (re)descoberta, pois o acaso pode não chegar e documentos importantes se perderem... Não podemos deixar que nossa história e memória fiquem à merce do acaso ou da boa vontade de alguns, em face do descaso de muitos...

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